quinta-feira, 14 de abril de 2011

O monstro da noite
Aos poucos o mundo tinha a minha cara
Tudo em volta passou a adquirir pedaços do meu convívio.
Músicas espalhadas por outros quartos...
Filmes, imagens
Fotografias...
[Livros...]
Pedaços do meu corpo sendo diluído a cada essência.
Permuto pelas ruas
Sorrindo pelos bares e muitas vezes:
Puro teatro!
Ando... aperto mãos
Beijo rostos...
Digo que sim,
Para não transparecer uma aflição que não pertence á outros.
Adormeço na certeza de novos lares
Existindo num vazio dentro de mim,
Sendo a música que se deitou contigo.
Vivi sob constante pressão
Masquei chiclete, fumei cigarro
Caminhei aflito e sem rumo.
Ainda assim, revirei os cantos a procura de qualquer coisa
Coisas que aqueles lugares ofereciam e eu dizia sempre, sim.
quarta-feira, 13 de abril de 2011

A ponte pro futuro
Algo em você me traz algo que perdi
E é cada vez mais forte a certeza de que existem fragmentos.
Volto no tempo alguns anos...
Regresso ao velho quarto, aos velhos amigos...
E me vejo sentado na minha cama.
O azul de uma tarde que morre todos os dias depois da partida do sol
Sinto o peso do tempo que devorou todos aqueles sorrisos,
Todos os lugares e pessoas que se embaraçam em novas pessoas.
Entrar num quarto e senti o cheiro do incenso...
É reviver sem a tua presença outras presenças que também são tuas.
Não é apego ao passado, estar... Lembrando de tudo que deixei
Eu não estagnei, eu sou só um mosquito que observa
Uma testemunha da maquina que se alimenta do tempo que se desloca
Eu não estagnei, eu só fechei os olhos e respirei fundo diante de tudo que tem me mantido vivo.