terça-feira, 4 de maio de 2010



Outro passado



Nada pondera sem o fio da quimera santa
nos teus olhos de fogueira sou queimado
além do vulto do passado,
além do ultimo trem para o subito enlace
canto para a noite e ouço o soluço, o vagido.

Solto no tempo e a mercê do tempo
volto os dias na ampulheta da ângustia
num momento onde eramos um altar de glória,
Onde o alto céu nos parecia intimo.

Nos vitrais quebrados,
Na neblina que trazia o frio supremo,
a fumaça do ultimo cigarro
E um elemento de alta rotatividade nas entranhas de penumbra.

É triste tentar trazer-te de volta!!!
Pois falta o mesmo ar no peito envelhecido,
Me falta as novidades do mundo erradicado
A boa noticia das marés de inverno.

Quando foi que a tua essência fez-se borra?
Vimos demais o quanto o destino nos puniu
O estar foi deixando de estar conosco,
O cambaleio da nossa separação foi inevitavel, oh vida suja!

Porque o tempo não parou para ouvir a suplica?
porque o céu mudou de cor e as vestes do espirito nos sufoca?