sexta-feira, 26 de outubro de 2012

 
Pós-moderno

Por trás do computador, ele era Helena.
Homem de 21 anos e mulher solteira com 30.
Junior era um rapaz rebelde, mamãe e papai obtiveram conjunctivitis diante do comportamento.
Helena buscava um argumento sólido,
Junior admirava garotas e seu fascínio era pelas mãos.
Uma punheta era o que ele as permitia fazer.

Um resultado da influencia pós-moderna
Ele era um glam mutante, fruto do século XII.

Andava de bota de couro rosa
Era tão viciado em cocaína, quanto aos punks e headbangers.

Junior não tinha limite...
Fumava de forma agressiva
Era um resultado vivo do filme ‘Cristiane F.’
Junior era laranja mecânica,
Junior era triste e seus pensamentos eram sujos.

Se dizia cansado de hollywood, optava por Lucky strike...
Chutava e golpeava com o cotovelo como ninguém,
Adorava quebrar braços.

Helena era fã assídua de lâminas, arma branca...
Arremessava gilete; dava a elza
Dava na cara.

Helena e Junior:
As duas faces da cidade
A depender do astral, ia no cara ou coroa.

domingo, 21 de outubro de 2012






Escolhendo vitimas

Transeuntes de todo tipo
Pretos, brancos, riscados, homem... Mulher
Luzes e movimentação.
- A presença daquela jovem me incomoda.

São sempre jovens moças
Elas circulam em todos os lugares
Algumas se aventuram na noite e quase sempre estão bêbadas pela calçada.

As observo a distancia...
Elas fazem de tudo um pouco.
Algumas até se beijam em público. Dá para ver a língua.

Me camuflo estando livre
Peço uma bebida e sento-me próximo
Afinal, ninguém sabe quando a morte chegará.


Convivo com esse fantasma a alguns anos...
No antigo álbum, nas redes sociais, ele se manifesta de forma mais triste.
Para mim,
Lógico.
Pois, daquelas imagens sem alma de uma pessoa ‘off line’
Está ali, o espirito de alguém entretido em outra atmosfera
Ou talvez dormindo em casa...
Ou por aquelas ruas, vivendo...
Vivendo sem mim e sem ao menos lembrar-se de mim.
Considero as aparições dela nas redes sociais,
Como reflexo de um fragmento
Um fragmento que ganha vida ao se apresentar
E dentro de mim expande-se,
Tortura-me na não certeza de saber o que significa.
Esse fantasma dorme comigo
Nem sempre ganha força.
Mas sei que é quando dorme
E quando acorda
Que ele me pesa os ombros.

sexta-feira, 12 de outubro de 2012






Toca de leve...

A velhice que chega.
Vem no pesar dos dias e das antigas fotografias, daquele aperto frio da beleza que passou sozinha.  A criança vadia, com um copinho de refrigerante na mão e um sorriso bobo na cara.
Aquela criança que não pertencia ao meio, que habitava o mundo dos loucos, onde a liberdade era amiga e fazia tudo especial de cima de uma árvore.
Pouco a pouco a crueldade foi tingindo a tentativa de pintar um belo quadro, e o quadro critico lentamente revelado, apertou a mente e o coração de uma estrutura mutante em decomposição diária. Fizeram-se assim os novos dias, as novas conquistas e desventuras de uma cara cheia de barba e cicatrizes do tamanho do mundo.

 

* Imagem extraida da serie 'Anos incriveis' e o video do primeiro beijo, que, para mim tem grande importancia.