sexta-feira, 16 de julho de 2010


PAGU

Bruno Muniz


Era muito tarde quando resolvi parar de beber. As ruas estavam vazias e o silêncio da madrugada congelava meus pensamentos.
Existia alguém que acabara de passar pela minha vida, existia uma menina como outra qualquer, existia um desejo temporário como todos os desejos, existia um prólogo que dava rumo a uma crônica outsider, existia passos como outros cambaleantes passos e uma imagem turva sexy, de um rosto sexy aprisionado dentro do céfalo eu.
Quando a noite se torna uma realidade pungente que digere o sorriso, e a sala nada oferece alem de programas chatos na tv, o que dizer aos instintos sentimentalizados por uma cabeça que não só se excita, como também descreve o lado cult de uma personalidade feminina?
O que dizer ao real se o mesmo vive fugindo?
Amor! Não, não existe. Atração visual, perversões, desejos inexplicáveis e sinceros, há, isso sim e com uma força justa e meio piegas, como todo visionário lírico e não pertencente das novas e chatas paixões de uma geração perdida.

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