AZUL
Aqueles pretos olhos
Porto de porcelana
E os fios cortantes do cabelo ao rosto,
Quando sentido na minha pele excitada:
A pele tocada era entorpecente.
Aquele olhar doente e estranho
Cheios de becos mal iluminados,
De casas apagadas
E camas vazias.
Desejos que procuram os seus olhos.
Não me atrai o corpo
E sim o mundo submerso por essas águas de carvão.
Um olhar obscuro é de certa forma,
Uma presença indireta.
Como olhos cerrados,
Dia que termina,
Quarto apagado ou noite sem estrela.
Eram os olhos mais sem vida
A água que talvez
Fizesse-me molhar o rosto apenas
O fluido surreal cheio de maldades
Mas que goza e se revela numa flor de cor azul.
(Terei lembranças que você nunca saberá)
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